6 dicas de Questlove para criar uma narrativa através de um DJ Set

1. Conheça suas músicas de dentro para fora. Antes de uma música chegar ao seu set ou à sua lista de reprodução, você deve estar intimamente familiarizado com ela – artista, época, gênero, duração, mudanças de tom, bpm, onde acelera ou desacelera, onde atinge o pico. Eduque-se em novas descobertas. Esse tipo de coisa exige compromisso. Se você realmente ama música, porém, é o melhor tipo de lição de casa.

2. Crie uma constelação de faixas de acompanhamento. Quando você está determinado a incluir uma música específica em seu set, concentre-se em um punhado de faixas complementares. Pode ser um clima compartilhado, uma era, um tom ou, melhor ainda, um ritmo. Isso permite transições mais naturais, então você não precisa usar software para alterar músicas e fazê-las funcionar. Por exemplo, se você quiser mudar de um tempo para um mais rápido, procure uma música que aumente o ritmo no meio ou no final do tempo de execução, para que ela se misture perfeitamente ao seu próximo corte.

3. Tenha uma fórmula. Depois de iniciar sua lista de reprodução, você precisará de um plano para manter os ouvintes fisgados. Novamente, você não quer uma série de hits – essa é uma maneira infalível de cansar seu público. Um dos métodos do Questlove é tocar três mega hits, seguidos de duas músicas que não são hits para diminuir um pouco o clima, e depois voltar com mais três hits. No final da noite, ele vai provocar um pouco mais o público, alternando entre um hit e um não hit para impedir que os foliões saiam. Se você quer manter seu público viciado, a Questlove tem uma dica profissional: “O único gênero de música que é o absoluto, mais à prova de balas? Dancehall reggae.”

4. Planeje para trás — e conte uma boa história. De acordo com a Questlove, as pessoas se lembrarão principalmente dos primeiros 10 minutos e dos últimos 20 minutos do seu set. Por esse motivo, determine sua “declaração de fechamento” primeiro e depois trabalhe para trás. Guarde seus pesos pesados ​​- Michael Jackson, Beyoncé ou a música do momento - para a última hora. Imagine seu cenário em uma estrutura dramática clássica. Para a ação crescente, o Questlove salta de gênero, mas o mantém dançante, tocando jazz de big band e músicas da velha escola seguidas por faixas de hip-hop que as amostram. Para o clímax de seu set, Questlove vai mirar alto: “Vou descobrir uma maneira de infundir a música popular do momento sem comprometer minha integridade artística”, diz ele. Procure por edições descoladas dos hits para agitar as coisas, mas mantenha o ritmo acelerado, pois o público estará solto e pronto para se mexer. Na ação de queda, Questlove joga o “jogo de bater e largar” – uma ou duas músicas que as pessoas adoram seguidas por uma faixa menos familiar e repetida. Quando você chegar ao final do seu set, trate-se e toque o que quiser.

5. Mostre que você tem o alcance. Para quase todos os sets que ele faz, Questlove tenta conectar os pontos entre 1930 e 2021 – e além. “Você precisa encontrar maneiras inteligentes de misturar e combinar”, diz ele. Um conjunto ou playlist inspirado abrange gêneros e décadas sem apresentar suas faixas em ordem cronológica. Deve ser um curso relâmpago fascinante, edificante e imprevisível na história da música.

6. Surpreenda seu público - e faça com que eles se sintam inteligentes. Um dos truques do Questlove é tocar uma música que pode não ser familiar para um público mais jovem, mas que um público um pouco mais velho reconhecerá. Então ele fará a transição para uma música moderna que o sampleou, ou ele fará o oposto. “Quando faço meu público se sentir mais inteligente, eles gostam mais de mim como DJ”, diz Questlove. “Às vezes você precisa deixar as pessoas se divertirem, e não há nada mais divertido do que a descoberta de ‘Oh, eu conheço essa música! É daí que vem?'”